No Reino Unido, especialistas criticam patrocínio da Olimpíada por McDonald’s e Coca-Cola

 A Real Academia das Faculdades de Medicina do Reino Unido (AoMRC), que representa cerca de 200 mil profissionais de medicina ingleses, lançou neste mês uma campanha contra o que consideram “a maior ameaça a saúde pública no Reino Unido”: o aumento dos níveis de obesidade em crianças e os fortes apelos comerciais para consumo de alimentos não saudáveis.

Entre as reivindicações dos médicos está impor medidas para acabar com a publicidade irresponsável da indústria alimentícia, assim como a proibição de que famosos e personagens de animação protagonizem os comerciais desses alimentos que não são saudáveis para as crianças.

Nesse sentido, a AoMRC pediu a proibição de marcas como McDonald’s e Coca-Cola patrocinando eventos esportivos como os Jogos Olímpicos. Para a organização, ao patrocinar e anunciar em eventos como esse, “passa-se uma mensagem completamente equivocada, especialmente para crianças”, explica o professor Terence Stephenson, da AoMRC, em entrevista para a BBC. Segundo Stephenson, “milhões de pessoas vão assistir à associação entre essas marcas e atletas de sucesso. As empresas não gastariam todo esse dinheiro em propagandas se não achassem que vai aumentar suas vendas”, acredita.

O McDonald’s, por seu lado, já está planejando como maximizar a publicidade recebida como patrocinador da próxima Olimpíada. A rede anunciou que vai vender junto com o McLanche Feliz brinquedos relacionados a esportes e aos mascotes olímpicos. Serão mais de 9 milhões de brinquedos distribuídos durante os Jogos.