Os novos rumos da Classificação Indicativa

Desde novembro de 2010 está no ar o Debate Online sobre a Classificação Indicativa, promovido pelo Ministério da Justiça, chamando a sociedade a se manifestar sobre a política vigente nos moldes atuais desde 2006. O Criança e Consumo enviou suas contribuições, especialmente chamando a atenção para a necessidade de incluir o merchandising e o merchantainment nos critérios da Classificação.

A proposta de revisão da Classificação Indicativa nos faz agora refletir sobre outros aspectos que influenciam o desenvolvimento infantil saudável. A evolução tecnológica e o acesso às mídias digitais são, sem dúvida, protagonistas na socialização das crianças. E fica cada vez mais claro o caráter mercadológico presente nos programas infantis e nos jogos eletrônicos pelos quais os pequenos se interessam.

Por isso o Criança e Consumo contribuiu no Debate Online. Temos a certeza de que o bom caminho a ser seguido pela Classificação Indicativa a partir de agora deve incluir a proteção infantil contra os apelos mercantis inseridos na programação voltada a esse público.

Eu, que acompanhei o processo de construção dessa política, consigo enxergar o quanto o debate já evoluiu; o quanto a sociedade está disposta a saber mais sobre o que se veicula na tevê e qual afinal é o papel informativo e protetivo do Estado que reveste a Classificação Indicativa.

Se, em 2006, quando a Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) pesquisava para elaborar o estudo fundante dessa política, era sempre árdua a tarefa de se trazer atores chave para a discussão, hoje uma parcela maior da sociedade concorda em tratar do assunto, distanciando-se de pressupostos descabidos de que tal atividade pudesse ser considerada censura ou intervenção estatal na liberdade criativa. Os tempos são mesmo outros, mas ainda há muito a ser feito.

Participe você também! O Debate fica aberto até 28 de fevereiro.

É hora de inovar e apostar em uma Classificação Indicativa atualizada e que trabalhe em favor da informação democrática aos pais e da proteção integral das nossas crianças.

Para acessar o Debate Online: http://culturadigital.br/classind

Para conhecer as contribuições do Criança e Consumo ao debate: http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/AcaoJuridica.aspx?v=1&id=191