De olho nas crianças, indústria de brinquedos apela para estratégias agressivas de marketing

Uma reportagem recente da Revista Pontocom mostrou o quanto a indústria de brinquedos está estudando o público infantil e pensando novas formas de influenciá-lo. A publicação ressalta uma pesquisa, publicada na Revista Espaço Brinquedo, (p. 88) feita com o intuito de “avaliar com que frequência as crianças compram brinquedos sozinhas, mensurar o nível de conhecimento, por parte delas, dos nomes dos produtos e identificar as principais fontes de informações que a garotada usa para saber quais brinquedos comprar”, segundo explica a Pontocom.

O resultado final traz alguns dados da influência da publicidade no público infantil: mais de 80% das crianças está “extremamente consciente sobre o que pretende comprar” e cerca de 60% conhecem os nomes dos brinquedos. Amigos, comerciais de televisão e presença na prateleira são os principais componentes para informar as crianças sobre os brinquedos que elas vão comprar. Mas o pior vem no final: a revista traz também recomendações para os distribuidores e varejistas sobre como atingir melhor o público e vender mais, como desenvolver estratégias de boca a boca (“peça para que elas experimentem seu produto, em um programa de amostras, tours de concursos, uso de produto por celebridade de seu interesse” ou “ofereça um fórum para os formadores de opinião conversarem em nome de sua marca”) e atrair as crianças na loja, com displays voltados especificamente para elas.

O estudo mostra o quanto a indústria está de olho no comportamento infantil e desenvolvendo alternativas para colocá-lo em contato com seus produtos. Com a aproximação do Dia das Crianças, o apelo para as compras dos pequenos aumentam. Um levantamento feito pelo Criança e Consumo em outubro de 2010, que monitorou 10 horas de programação infantil de sete canais, identificou 1.100 inserções comerciais, com mais de 76% de anúncios de brinquedo! Neste mês de outubro, é a vez dos pais ficarem de olho também. Denunciem para a gente as propagandas consideradas abusivas e vamos lutas juntos pelos direitos das crianças.