Adultização de crianças tem limite

Faz um tempo que venho pensando sobre onde vamos parar com a crescente adultização da infância que tem sido anunciada pelos quatro cantos do mundo. São sutiãs com bojo sendo produzidos para meninas de 8 anos, saltos altos fabricados em tamanho menor que o 30, maquiagem sendo vendida e anunciada por crianças em seus blogs e até uma linha de produtos anti-envelhecimento.

Esses dias, mais uma notícia me chocou e me deu esperança ao mesmo tempo. Li no Opera Mundi que Kerry Campbell, mãe californiana de menina de 8 anos assumiu que aplicava botox na menina e assim perdeu a guarda da filha. Antigamente pais e mães pediam a guarda de seus pequenos por outros tipos de descaso ou mau trato. Hoje coisas desse tipo acontecem, para nos fazer refletir sobre a forma como temos olhado e cuidado de nossas crianças. Talvez esse fato sirva-nos para pensar se é justo enxergarmos atualmente as crianças como consumidoras e assim endereçarmos a elas todo tipo de produtos através de publicidades abusivas. Será que elas estão prontas para esse bombardeio numa fase em que estão formando hábitos e valores? Acho que não!

Bom, segundo a reportagem do Opera Mundi de 13 de maio, o Departamento de Saúde de São Francisco iniciou uma investigação contra Campbell alegando ser muito incomum que uma mãe injete botox em uma criança. Mãe e a filha tinham estado no programa televisivo “Good Morning America“, da ABC, defendendo o uso da toxina em competições de beleza infantil e causaram comoção nos EUA. Na ocasião, a menina confessou que as injeções causavam dor, mas que com o passar do tempo ela se acostumou. Os comportamentos adultos incentivados pela mãe não paravam por ai porque se sabe também que a menina de apenas 8 anos passava por sessões de depilação com cera nas pernas antes de participar dos concursos. Pelo menos parece que mais pessoas além de mim se chocaram com o fato.