Recentemente uma pesquisa chocou ao revelar que um adolescente norte-americano envia mais de 3.000 mensagens de texto por mês (são cerca de 100 SMS por dia). Embora os números estejam bem distantes da realidade brasileira, ainda assim refletem uma tendência mundial, onde a comunicação através de celulares e smartphones aparece como uma das grandes protagonistas.
No Brasil, um levantamento conduzido pela empresa de telecomunicações Acision, em parceria com a consultoria Teleco, mostrou que em 2010 quase 60% das crianças ou jovens do país possuíam celular próprio.
Jovens e adolescentes que respondem por uma grande parcela dos perfis de redes sociais e são os recordistas em utilização de serviços como SMS, deleitam-se com os novos avanços que, além de lançar aparelhos com cada vez mais funções, permitem que estejam on-line 24 horas, monitorando contatos e interagindo na rede.
Sem mensurar a dimensão de seus atos, compartilham agendas e com “brincadeiras” criam situações constrangedoras e muitas vezes humilhantes a colegas, o chamado cyberbulling, que toma proporções muito maiores do que as já conhecidas rixas de escola, pela sua facilidade na propagação virtual.
Mas quando isso tudo começou, é a pergunta que fica. Um efeito cascata, talvez, onde o fácil acesso aos meios de comunicação permitiu que crianças se familiarizassem com ferramentas sem estarem preparadas para seus impactos? Um mercado que cada vez mais incentiva o consumo e se aproveita da carência emocional dos pequenos e grandes?
Acho que a resposta para essas perguntas pode estar nos valores que estamos transmitindo para crianças, jovens e adolescentes, não?