Blogagem coletiva: posts fazem críticas ao Conar e defendem regulamentação da publicidade dirigida a crianças

 

Temos mais um motivo para continuar o debate sobre ética e regulação de publicidade dirigida a crianças. O editorial de hoje da Folha de S.Paulo afirma que a responsabilidade de educar os filhos é só dos pais e que o Conar é a única entidade capaz de garantir a ética no setor.  Será? Não é o que temos visto… Além de insuficiente para lidar com denúncias da população, o Conar ainda se mostrou nada comprometido com a infância brasileira. Na semana passada, chamou o Instituto Alana de “bruxa Alana que odeia criancinhas”. 

Nós estamos aqui, discutindo democraticamente em busca de uma solução para proteger a infância brasileira dos apelos mercadológicos. Enquanto representantes do mercado anunciante querem vender a qualquer custo — o resto não é “problema” deles…. 

Por isso, nossa proposta de blogagem coletiva continua de pé! Até o dia 14 de julho, vamos receber e comentar os posts que vocês fizerem sobre o assunto.

Já tem gente participando.

O Henrique França colocou uma questão importante:  “Que temos eu e você a ver com o assunto? Em uma palavra: futuro. Quem tem filhos deve estar de olhos arregalados com as palavras do senhor Ênio Rodrigues e a aprovação de seu discurso pelo Conselho de Ética do Conar. Quem ainda não os tem, deveria ficar alerta.” Concordamos Henrique. Essa é uma questão que, ao contrário do que muitos pensam, extrapola o âmbito da família e tem impactos sociais, ambientais e econômicos.

O Felipe CAze fez um post em que criou cartazes mostrando os artifícios da linguagem publicitária, que muitas vezes induz a consumir sem precisar dizer com todas as letras.

Já a a Amanda escreveu um texto em que critica o argumento de que os problemas gerados pelos apelos excessivos da publicidade dirigida ao público infantil é problema dos pais. Leiam um trecho do post dela: “É preciso criar fóruns, conselhos ou outros mecanismos que permitam uma maior participação das famílias no que se refere à publicidade infantil. Afinal, os pais são sim responsáveis por seus filhos, mas não são onipresentes! Todos os mecanismos que possam minimizar as consequências da publicidade infantil são de grande ajuda para os pais e para a sociedade. Portanto, pais conscientes pedem regulamentação da publicidade já!”

Nós concordamos, Amanda. É muito mais fácil para o mercado se isentar da responsabilidade de proteger a infância nas relações de consumo e colocar todo o peso nas costas das famílias. 

Mesmo para aqueles pais que sabem da importância de impor limites e buscam educar suas crianças para um consumo mais consciente é muito difícil lidar com uma indústria milionária que incentiva o consumo a cada segundo. A criança não pode viver em uma redoma de vidro para ser protegida dos apelos para o consumo. Não é justo (nem democrático) que as famílias tenham que lidar sozinhas com essa questão, enquanto o mercado anunciante pode e faz tudo, sem limites e regras. 

Os pais devem dar limites aos filhos, o mercado deve trabalhar com base na ética e o Estado deve estabelecer políticas públicas de proteção às crianças nas relações de consumo, fiscalizando os abusos. Esse é o ideal de uma sociedade democrática.

Agradecemos a todos pelos comentários e pela divulgação do debate em seus respectivos blogs e perfis no Twitter! Em especial ao Todos os Nomes e ao Observatório do Direito à Comunicação, que se empenharam em motivar seus leitores a participar da blogagem.

Vamos em frente!

Ressaltamos que o objetivo do Projeto Criança e Consumo nesta blogagem coletiva é criar um espaço aberto para discutir a ética e a regulação de publicidade dirigida a crianças. As opiniões dos blogueiros participantes, enviadas por textos e fotos, não necessariamente correspondem ao posicionamento do Projeto Criança e Consumo.