Nos últimos anos, uma mudança radical no hábito alimentar da população brasileira teve reflexos claros no aumento de sobrepeso e obesidade infantil no país. Segundo o IBGE, o sobrepeso dobrou nos últimos 34 anos e já atinge mais de 33% das crianças entre 5 e 9 anos de idade, com destaque para as áreas urbanas.
Mas essa estatística não se limita à realidade brasileira. O problema da obesidade infantil é global e atinge grande parte dos países desenvolvidos e emergentes – quanto mais acesso a alimentos chamados ultraprocessados, maiores são os índices de obesidade infantil.
Pensando nesse problema, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Instituto de Medicina da Universidade de Yale, nos EUA, fizeram um grande levantamento de como as empresas têm tratado essa questão e quais são os códigos de conduta com relação ao marketing voltado para crianças de alimentos com alto teor de açúcar, gorduras e sal.
O resultado dessa pesquisa foi a criação de uma base de dados que reúne os compromissos públicos firmados pelas principais empresas globais da indústria de alimentos ao redor do mundo, conhecidos como “pledges”.
Além de descrever esses compromissos, a base de dados fornece os critérios específicos que cada empresa utiliza para definir suas restrições ao marketing dirigido às crianças, incluindo a definição dos canais de comunicação nos quais são permitidos ou não a veiculação de campanhas; técnicas de marketing (se utiliza personagens licenciados, se há materiais promocionais, etc) e os alimentos que estão isentos das restrições.