Não é novidade que Suri Cruise, filha de Tom Cruise e Katie Holmes com apenas 5 anos é a celebridade mirim mais famosa do mundo e a que mais aparece na mídia. Diariamente a pequena está estampada em jornais e revistas com seus modelitos fashion. Mas, este mês surgiu um fato novo: Suri foi eleita uma das “mulheres” mais bem vestidas do mundo pela revista Glamour ficando na 21º posição, na frente até de Sarah Jessica Parker, protagonista do filme Sex and the City. Pois é… Suri agora, além de ter cartão de crédito, desfilar de salto alto e pintar as unhas, está entre as “mulheres” mais bem vestidas do mundo com apenas 5 aninhos. A decisão de incluí-la no ranking causou polêmica no Reino Unido, mas a revista se explicou dizendo que ela tem um dos guarda roupas mais cobiçados do mundo com valor estimado em 2 milhões de libras, aproximadamente 5 milhões de reais, como se isso explicasse o fato. Onde vamos parar?
De fato a cultura de consumo tem nos colocado vários desafios e talvez um deles seja a forma como temos olhado e representado as crianças atualmente. Emergentes na cultura do consumo, e ai inclue-se até o consumo de moda, as crianças adquiriram uma visibilidade social até então desconhecida. Hoje, não são mais invisíveis porque não podem trabalhar ou produzir. Elas ganharam visibilidade porque podem consumir e consomem muito! Todo tipo de objetos e serviços especializados, incluindo moda. A criança se transformou em cliente vip e um bom exemplo disso talvez seja o mercado de moda infantil que tem criado roupas para crianças nos moldes das do adulto em miniatura.
Acho que cabe refletirmos sobre essa questão e pensarmos em ideias de como criar e produzir moda infantil que respeite as fases de desenvolvimento da criança, assim como a necessidade infantil de um traje mais adequado para sua intensa movimentação através de suas brincadeiras. Criança ainda é criança, e tem necessidades e atividades bem diferentes das do adulto. Por isso, não há motivos para o mercado se comportar da mesma forma com ambos. A moda infantil tem hoje também a responsabilidade de um novo olhar para as crianças, contribuindo para uma representação mais adequada da nossa infância.