Sempre buscando novas maneiras de influenciar o público a comprar mais e mais produtos, a nova moda no mundo da propaganda internacional é o neuromarketing. A ideia é mapear o cérebro de uma pessoa exposta a um comercial de TV, para perceber suas reações e pensar maneiras de atingir o seu subconsciente.
Segundo matéria do New York Times replicada na Folha de S.Paulo no dia 14 de fevereiro de 2011, a busca é pelo nível subconsciente do cérebro, “onde os consumidores desenvolvem um interesse inicial por produtos, o desejo de adquiri-los e a fidelidade a marcas”. Não é a toa que órgãos internacionais de defesa do consumidor estão chamando a prática de “brandwashing”, uma mistura entre “branding”, ou gestão de marcas, e lavagem cerebral. Se realizada com sucesso, a publicidade superaria as defesas racionais do indivíduo, que ficaria completamente a mercê dos objetivos mercadológicos das marcas, sem nem ao menos ter consciência do que ocorre.
Empresas como Google, Disney, batatas fritas Frito-Lay, General Motors e até a MTV, são algumas das interessadas na prática. Assustador pensar que, enquanto nem mesmo os adultos podem se defender, marcas voltadas ao público infantil, como a Disney, podem vir a usar técnicas de “brandwashing” em crianças, que, até os 12 anos, não possuem defesa nem contra as comunicações mercadológicas explícitas. Não há duvidas de que esse pode ser o próximo passo, já que as empresas, em 2006, já investiam mais de 200 milhões de reais em comunicações mercadológicas voltadas ao público infantil. O resultado? Problemas como erotização precoce, crescente obesidade infantil, violência na juventude, materialismo excessivo, desgaste das relações sociais e diminuição progressiva das brincadeiras criativas, entre outros problemas…