O consumismo infantil não tem nacionalidade, cor, nem classe social. O problema é um fenômeno mundial da sociedade de consumo e tem se agravado cada vez mais. Prova disso é que o assunto tornou-se objeto de pesquisas ao redor do mundo. O mais recente foi publicado pelo jornal espanhol El Pais.
Trata-se de um estudo da UNICEF, de setembro deste ano, sobre a vida em família na Grã-Bretenha, hoje extremamente pautada em desejos de consumo dos filhos, que parecem se confortar com os bens materiais na ausência dos pais. O chamado bullying de marcas se aproveita do tempo que os adultos precisam trabalhar e atingem crianças e adolescentes em cheio.
Na reportagem do El Pais, estudiosos espanhóis foram consultados para saber se os pequenos de lá também estão nessa onda de consumismo. O resultado a gente já sabe: embora os padrões de consumo sejam diferentes, todos caminhamos no mesmo sentido. E no Brasil não é diferente.
O estudo da UNICEF mostra que o problema do consumismo é multifatorial e que os pais precisam saber lida com isso e impor limites aos filhos. Ao mesmo tempo destaca que crianças que são mais expostas aos apelos mercadológicos sofrem mais do problema. Também chama a atenção de que o consumo desenfreado não se restringe ao público infantil, mas faz parte de um comportamento generalizado.
E o mais importante de tudo: de novo uma prova de que a felicidade não está nos bens materiais e sim no bem-estar, na vida em sociedade, nos laços familiares, na cultura.