Já falamos por aqui que a classificação indicativa está em risco por conta de uma ação no Supremo Tribunal Federal. A norma foi criada a fim de proteger as crianças e informar pais e responsáveis sobre conteúdos considerados inadequados para determinadas faixas etárias.
Na última segunda-feira, dia 19 de março, o Ministério da Justiça (MJ) lançou a campanha Não se Engane para mostrar a importância da classificação na proteção dos direitos da criança e do adolescente. Os vídeos serão veiculados nas tevês públicas e privadas e em salas de cinema sobre os temas drogas e violência, com os dizeres “Não se engane, tem coisas que seu filho não está preparado para ver.”
Além da campanha, o MJ publicou o novo Guia Prático da Classificação Indicativa, com orientações para que qualquer pessoa entenda os critérios adotados.
Embora tenha sido elaborada a partir de um processo democrático e com a preocupação de orientar pais e mães sobre conteúdos midiáticos, a classificação sofreu e ainda sofre forte resistência de parte da indústria de comunicação. Um dos argumentos mais fortes contra a punição de emissoras que descumprirem as regras da classificação indicativa é de que norma é uma tentativa de cerceamento de liberdade.
Nesse sentido, o discurso do Ministro José Eduardo Cardozo na cerimônia de lançamento da campanha é uma resposta sensível e acertada. Ele falou sobre o quão fundamental é viver em um país democrático, cuja reconquista recente da liberdade de pensamento e de expressão não tem 30 anos. Disse que esses são valores essenciais, mas ponderou que no que diz respeito à infância, a liberdade da criança crescer livre de pressões e violências é uma prioridade absoluta. E que os pais devem ter a liberdade de escolha de decidir a que seus filhos devem ou não assistir.
Vale a pena ouvir o discurso do Ministro.
“Não se engane, tem coisas que seu filho não está preparado para ver.”
Links para os vídeos da campanha:
http://www.youtube.com/watch?v=zTJ0BVhtqZs
http://www.youtube.com/watch?v=BIhm0KNsRCE