Especialistas do Reino Unido começam a questionar a atuação do governo no que diz respeito à crise de obesidade infantil do país, que tem uma das maiores índices do problema na Europa: 24% dos menores de 15 anos sofrem de obesidade e alguns estudos indicam que, se a tendência continuar, esta porcentagem pode chegar a 90% em 2050.
O conhecido chef Jamie Oliver, militante da causa da alimentação infantil saudável, acusou o Ministro da Saúde, Andrew Lansley, e o Ministro da Educação, Michael Gove, de amenizar as medidas estabelecidas para melhorar a alimentação dos colégios do Reino Unido.
Para o chef, as iniciativas do governo para diminuir os índices da doença são “inúteis” e “paternalistas” e o governo não está assumindo sua responsabilidade no problema.
Diane Abbott, ministra da Saúde do gabinete paralelo, de oposição no Reino Unido, também ressaltou sua preocupação com a doença. Ela afirmou que a saúde das crianças é uma emergência nacional e citou a cultura consumista como uma das questões que está afetando a saúde pública. Vendo o problema como multifacetado, a ministra apoia ações em que pais assistam a aulas, com os filhos, que abordem os fatores sociais e psicológicos de comer em exagero. A restrição da publicidade de junk food antes das 21 horas também é essencial ao lidar com o problema, acredita a ministra.
A questão levantada pelos especialistas britânicos também se aplica a discussão do problema no Brasil. Faltam ações efetivas do governo para tratar com os índices alarmantes da doença no país, já que uma em cada 3 crianças brasileiras de 5 a 9 anos tem sobrepeso. A obesidade infantil é um problema que é responsabilidade dos pais, da escola, e também do governo.