São muitas as notícias da semana que mostram como, cada vez mais, observamos comportamentos precoces nas meninas. A capa do Globinho, caderno voltado ao público infantil do Jornal O Globo, diz que decorar as mãos com desenho é passatempo preferido das meninas atualmente. Mas, será que fazer as unhas tão perfeitas é só brincadeira? O portal iG divulgou notícia de uma menina de 8 anos que faz botox para não ter rugas na idade adulta. O Estado de S.Paulo mostra reportagem sobre festas de garotas de 6 anos dentro de limusines e de salões de beleza, como já comentado em post anterior. O Portal Modaspot, da Editora Abril, discute sobre moda de luxo para crianças. A grife de moda Abercrombie, adorada pelas tweens, lança sutiã com enchimento para meninas de 7 anos. Os exemplos de exagero são muitos e, de alguma forma, todos tocam no mesmo ponto: a adultização infantil.
Mas, qual menina nunca calçou os saltos altos da mãe ou pintou as unhas de brincadeira? A maioria talvez já tenha passado por essas experiências, mas o fato hoje é que o universo adulto tem invadido o mundo infantil e não somente em brincadeiras de faz de conta, super saudáveis e importantes para o exercício de comportamentos adultos. O problema é quando o salto alto entra no armário das meninas e são produzidos em tamanho abaixo do 35 ou quando elas não querem fazer natação, conforme relato de diretores de escola, para não borrar a maquiagem ou estragar a chapinha dos cabelos.
Aí temos uma questão. As crianças citadas em todas as matérias acima têm deixado de aproveitar uma fase imprescindível para seu desenvolvimento para se preocupar ou desejar coisas que não deveriam fazer parte de seu universo. E um dos problemas decorrentes de situações como essas é o consumismo na infância e uma inversão de valores que faz com que crianças cresçam não só antes do tempo, mas acreditando que é preciso ter para ser. Criança precisa de muito pouco para se feliz. Fica a reflexão!